quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

CF 2013: Fraternidade e Juventude – “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8)


A Campanha da Fraternidade, coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é realizada anualmente pela Igreja Católica, no período da Quaresma. A cada ano é escolhido um tema, que define sob qual perspectiva a solidariedade será despertada, em relação a questões que envolvem a necessidade de “conversão” da sociedade. É, portanto, um “elo” entre Igreja, fiéis e sociedade, evangelizando de forma ampla, e despertando iniciativas sociais que respondam diretamente às reflexões e aos estudos realizados através do Texto-base.
Ao longo dos anos, muitas foram as conquistas realizadas a partir das reflexões da Campanha da Fraternidade. Podemos elencar a aprovação do Estatuto do Idoso, a consciência em relação aos direitos das pessoas portadoras de deficiências, o Estatuto do Índio, a Campanha de Desarmamento, a consciência da relação entre “Fé e Política” e também diversas propostas de políticas públicas referentes à Mulher, aos encarcerados e em questões como ecologia, saúde, trabalho, educação, moradia e o valor inviolável da Vida.
E, agora, mais uma vez, em 2013, vivemos um tempo da “Graça do Senhor”: com a realização da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, com a presença do novo Papa  e da Semana Missionária, no mês de julho, que contará com a presença de milhões de jovens de todo o mundo, teremos, pela segunda vez, uma Campanha da Fraternidade trazendo o tema: “Fraternidade e Juventude”, agora com o lema: “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8).
A Igreja do Brasil, a partir do exemplo de Isaías, ousa olhar os jovens do Brasil com esperança: aposta no potencial positivo e transformador de uma juventude comprometida com o Evangelho e engajada na Igreja, na vida acadêmica, profissional e nas esferas de participação da sociedade. Trata-se de uma posição divergente daquela visão retratada diariamente pelos Meios de Comunicação Social, que apresentam os jovens como “problema social”.
Mas, a questão do tema “juventude” não se restringe apenas ao aspecto cronológico da vida! É muito mais abrangente: “Jovem” é aquele(a) que sente o vigor de Deus, que revitaliza as pessoas, os ideais e estruturas sociais. Assumir a Campanha da Fraternidade significa abrir-se a acolher novas pessoas, ideias, projetos e maneiras alternativas para realizar o trabalho de evangelização. É “jovem” a pessoa que se deixou tomar pelo amor próprio de Deus, pela força e seu vigor de amar, princípio da “conversão” desejada na Quaresma.
Por fim, a Campanha da Fraternidade deste ano deseja refletir as questões dos jovens em três níveis: 1) Propiciar às comunidades eclesiais a reflexão da necessidade de acolher melhor os jovens, aceitando-os como são e criando canais próprios para sua participação; 2) Revigorar os organismos pastorais para um melhor acompanhamento e formação dos jovens já existentes em nossas comunidades, para que levem o seu testemunho cristão ao mundo e, 3) Refletir e propor soluções para a Vida dos jovens, especialmente, daqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade social.
“Há que se cuidar do broto para que a vida nos dê flor e fruto”.
Nei Márcio Oliveira de Sá – Mestre em Teologia Pastoral pela PUC-SP – Secretário-executivo do Setor Juventude da Arquidiocese de São Paulo – membro da Comissão de Subsídios da Comissão Episcopal para a Juventude da CNBB

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Papa Bento 16 anuncia renúncia e surpreende mundo


O Papa Bento 16 renunciará no fim de fevereiro, em um anúncio que pegou o mundo de surpresa. A renúncia - confirmada pelo Vaticano - é a primeira de um Papa na era moderna.
As razões da renúncia ainda não foram comunicadas oficialmente, mas especula-se que a saúde do Papa seja o motivo.
O alemão Joseph Ratzinger, de 85 anos, assumiu o comando da Igreja Católica em 19 de abril de 2005, após a morte de João Paulo 2º.
Aos 78 anos, Ratzinger foi um dos cardeais mais idosos a ser eleito Papa. Ele assumiu o posto em meio a um dos maiores escândalos enfrentados pela Igreja Católica em décadas - o escândalo de abuso sexual de crianças por clérigos.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Quarta-feira de cinzas


Quarenta dias antes da páscoa, a Igreja Católica Apostólica Romana celebra a quarta-feira de cinzas, dia de penitência e abstinência de carnes.

Missas são celebradas com a imposição de cinzas na fronte ou nas cabeças dos católicos, gesto que nos recorda que somos pó e ao pó voltaremos. É preciso converter-se, ou seja, mudar de vida, viver conforme a vontade de Cristo: “Convertei-vos e crede na BOA-NOVA”.
No antigo testamento encontramos muitas passagens que mostram as pessoas se cobrindo de cinzas, gesto de arrependimento pelos pecados, e propósito de endireitar suas vidas.

O evangelho da quarta-feira também nos convida às práticas da oração, jejum, e esmolas.

Com a quarta-feira de cinzas tem-se inicio a quaresma, quarenta dias de preparação para grande festa da Páscoa, paixão, morte e ressurreição de Jesus.

Participe da missa ou celebração de cinzas, mas do que receber a cinza é importante o propósito de conversão.


Os católicos podem 'curtir' o carnaval? Como fazê-lo?




O carnaval pode ser vivido de diversas maneiras. Não teve sua origem no Brasil, como muitos pensam, mas na Grécia. Era uma festa de alegria pagã. No Brasil, o carnaval é coisa séria. Há quem fale que o ritmo normal da vida no país só começa após o carnaval. É tempo do vale tudo. Vale mergulhar fundo no prazer sem freios, na bebida, nas drogas. E isso tudo equivocadamente é em nome da alegria. Que alegria é essa, que, no final da folia, se acaba?
Há, porém, o Carnaval verdadeiro, marcado por uma alegria verdadeira. Nesse Carnaval é dispensado o prazer irresponsável, a bebida, as drogas, para se celebrar a vida.  O católico pode comemorar o carnaval, desde que respeite os princípios cristãos, sem se entregar aos excessos permissivos tão difundidos em nossos dias. Quem não participa das festividades públicas, procure se alegrar junto a sua família e amigos. Isso precisa ser resgatado.
As Dioceses, as Paróquias e as Comunidades deste país promovem um carnaval diferente, repleto de alegria, a qual Deus quer para todos os seus filhos. Em todo caso, é carnaval. Quem vai fazer festa que faça com respeito ao próximo e aos valores. Muitos decidem passar o Carnaval na tranquilidade do campo, da praia. Outros em retiro espiritual, numa experiência de Deus, profunda e transformadora. Outros ainda vão ficar em casa e assistir ao espetáculo de criatividade, de luz e de cores, promovido pelas escolas de samba.
Passados os dias de Carnaval tem início o tempo da Quaresma com a imposição das cinzas sobre nossas cabeças e ouvindo este apelo de Jesus: “convertei-vos e crede no Evangelho!” Estas palavras, indicam um inteiro programa de vida, preparando-nos para celebrar a Páscoa. Assim, na oração, no jejum, no exercício da caridade fraterna, na penitência, caminhamos ao encontro do Cristo pascal.
Na Quaresma nos exercitamos na revisão de vida e na conversão nas nossas práticas religiosas, para que elas não sejam apenas manifestações formais e exteriores de religiosidade – “para serem vistos pelos homens” – mas sejam a expressão de uma vida que se volta sinceramente para Deus. E, durante a Quaresma, realizamos a Campanha da Fraternidade. Esta indica uma reflexão específica para nos exercitarmos na caridade; neste ano, é a juventude. Queremos juntos encontrar caminhos para acolher e integrar nossa juventude. Nossa resposta generosa ao chamado deve ser: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). Convertamo-nos, e nos desafios deste mundo, tornemo-nos missionários a serviço da juventude.
Dom Francisco de Assis Dantas de Lucena
Bispo de Guarabira (PB)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Reflexões do Papa na mensagem para a Quaresma


A sala de imprensa da Santa Sé publicou na sexta-feira, 1º, a mensagem do Papa Bento XVI para a Quaresma 2013. Neste ano, o Santo Padre apresenta uma reflexão sobre a relação entre fé e caridade, dividindo a mensagem em quatro pontos: a fé como resposta ao amor de Deus, a caridade como vida na fé, o entrelaçamento indissolúvel de fé e caridade e prioridade da fé, primazia da caridade.

Recorrendo a uma afirmação do apóstolo João, “Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos nele” (1 Jo 4, 16), o Papa explicou que a fé constitui uma adesão pessoal à revelação do amor gratuito de Deus pelo ser humano, que se manifesta em Jesus Cristo.

E a vida cristã, conforme destacou o Pontífice, consiste em responder ao amor de Deus. “Quando damos espaço ao amor de Deus, tornamo-nos semelhantes a Ele, participantes da sua própria caridade”, disse.

Especificamente sobre a relação entre fé e caridade, Bento XVI lembrou que a fé faz o homem entrar na amizade com o Senhor e que a caridade é uma forma de viver e cultivar esta amizade. Assim sendo, ele destacou que fé e caridade não podem ser separadas, pois estão intimamente unidas.

O Santo Padre destacou ainda que, às vezes, há uma tendência de relacionar a caridade à solidariedade ou à mera ajuda humanitária, mas enfatizou que é importante recordar que a maior obra de caridade é a evangelização.

“Não há ação mais benéfica e, por conseguinte, caritativa com o próximo do que repartir-lhe o pão da Palavra de Deus, fazê-lo participante da Boa Nova do Evangelho, introduzi-lo no relacionamento com Deus: a evangelização é a promoção mais alta e integral da pessoa humana”.

Por fim, Bento XVI fez uma analogia sobre a relação entre as duas virtudes, comparando-a àquela que existe entre o Batismo e a Eucaristia, sacramentos fundamentais da Igreja. Ele explicou que o Batismo precede a Eucaristia, mas é orientado para ela.

“De maneira análoga, a fé precede a caridade, mas só se revela genuína se for coroada por ela. Tudo inicia do acolhimento humilde da fé (“saber-se amado por Deus”), mas deve chegar à verdade da caridade (“saber amar a Deus e ao próximo”), que permanece para sempre, como coroamento de todas as virtudes (cf. 1 Cor 13, 13)”. 





Fonte: Canção Nova